Finalmente: a primeira edição da newsletter! ♥️
Antes de começar a leitura, sugiro preparar uma bebida de sua preferência para aproveitar sem moderação.
"Minha rainha"*
Geralmente, espera-se que a primeira news seja de abertura, tipo uma recepção de boas-vindas. Porém, peço licença para quebrar este protocolo entre “escritora-leitores” para falar sobre a responsável por este espaço nascer.
Minha amiga Ieska foi uma das maiores incentivadoras que já tive na vida, daquelas líderes de torcida sempre dispostas e com o grito de guerra pronto. Hoje ela está na espiritualidade cuidando daqueles que ama e nos inspirando com lembranças de sua presença marcante.
No último 19 de novembro (meu niver, por sinal), fez um ano que ela esteve presente remotamente em minha festa de aniversário, ao lado de minhas amigas, Mila e Patrícia, divertindo-se muito com nossa bagunça aqui de casa. Lembrei-me dela com muito carinho, com aquela chama por dentro do peito me dizendo para conquistar o mundo.
Para muitos pode ser apenas um estímulo provocado pela memória, mas não há espaço para razão onde teve tanto amor. Sim, é exatamente isso que nos unia e permanece florindo em meu coração. E é o que dá inspiração necessária para seguir adiante.
Se os amigos são a família que podemos escolher, com certeza tenho realizado boas escolhas em minha vida.
Ieska, obrigada por ter feito parte de minha vida**. Este projeto é para você.
Te amo sempre.
Fatine Oliveira.
* O título se refere ao modo como Ieska me chamava. <3
**Se ficou com vontade de conhecer minha amiga, confira aqui e aqui suas contribuições no meu blog Disbuga. ;)
Por falar em memórias…
Já que estamos falando sobre "chegar e partir", no mês de novembro perdemos nossa querida Gal Costa. E também tivemos o último espetáculo do Milton Nascimento, nosso amado Bituca, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte.
Nunca assisti aos shows deles, mesmo gostando bastante do trabalho de ambos. Se você teve oportunidade de ir, saiba que neste momento estou com inveja de você, rsrs. Como falamos sobre despedidas, deixarei uma canção de cada um para inspirar a leitura do próximo texto.
I. Notas narrativas
O café já estava frio, mas a atenção dela tinha sido fisgada pela conversa com Pedro. Não sabia explicar, mas parecia haver algum tipo de mistério no jeito dele de contar histórias. Era impossível evitar a expectativa pelo que viria após esvaziar o copo de cerveja.
Seria uma nova história? Algum segredo?
O copo mal tinha encostado na mesa, quando Pedro perguntou:
— Do que sente falta?
A pergunta a atravessou. Havia tanto espaço dentro de si. Seria difícil explicar o que lhe faltava naquele momento. Lembrou do café frio, da brevidade das horas, da necessidade daquele encontro após tanto tempo dentro de casa.
"Talvez seja isso que faltava", ela pensou.
— Sinto falta de pele — respondeu. — Sinto falta daquele breve intervalo entre a certeza e o toque. Quando você se dá conta de que sua respiração segue o ritmo de outra pessoa. Não é o tipo de coisa fácil de se achar, eu sei. Mas é o tipo de situação que vale à pena tentar.
Resolveram pedir a conta e, após o garçom questionar se faltava mais alguma coisa, ela olhou para Pedro e respondeu.
— Agora não falta mais nada.